Diante da implementação da nova regulamentação de combate à lavagem de dinheiro em 31 de maio, a FCA está oferecendo suporte à indústria com orientações para auxiliá-la na conformidade com o padrão. Abaixo estão as diretrizes e algumas observações de especialistas.
A nova norma tem como objetivo proteger os consumidores, assegurando que os produtos e serviços sustentáveis vendidos sejam descritos de forma precisa.
A última pesquisa do Financial Lives revela um forte interesse dos consumidores em finanças sustentáveis, com 81% dos adultos entrevistados desejando que seus investimentos tenham um impacto positivo, além de gerar retorno financeiro. Esse estudo incentiva o desenvolvimento a longo prazo e a competitividade do setor, auxiliando as empresas a atender a essa demanda e assegurando que os consumidores que optam por investir em produtos financeiros sustentáveis possam fazer escolhas bem fundamentadas.
A FCA está buscando opiniões sobre a possibilidade de ampliar as normas relacionadas à descrição e identificação de investimentos sustentáveis para gestores de portfólio, visando simplificar a tomada de decisão dos consumidores. Esses gestores administram investimentos para os clientes, podendo oferecer produtos pré-definidos ou serviços personalizados.
A sugestão de etiquetagem e critérios de divulgação de sustentabilidade (SDR) para gestores de carteira em grande medida reflete os apresentados para gestores de ativos em novembro de 2023. Estes abrangem:
- Etiquetas de produtos para auxiliar os consumidores a compreender como seu dinheiro está sendo empregado.
- Requisitos de nomeação e estratégias de marketing devem ser atendidos para que os produtos possam ser considerados como tendo impactos positivos no meio ambiente e/ou na sociedade, desde que tais afirmações sejam fundamentadas.
Sacha Sadan, que ocupa o cargo de Diretora de Meio Ambiente, Social e Governança na FCA, expressou.
Reafirmar a nova postura anti-lavagem verde e nossas propostas para ampliar o regime de Requisitos de Divulgação de Sustentabilidade e etiquetas de investimento são marcos significativos que garantem a liderança do Reino Unido em investimentos sustentáveis. Nossos exemplos positivos e negativos de práticas anti-lavagem verde auxiliarão as empresas a promover seus produtos de maneira adequada. Seguimos trabalhando em parceria com a ASA e a CMA para lidar com a lavagem verde.
Os clientes buscam adquirir produtos que beneficiem o meio ambiente e a sociedade, por isso pretendemos promover a transparência no mercado para que as pessoas possam fazer escolhas conscientes ao gastar seu dinheiro.
Em reação:
Carla Nunes é o Diretor Administrativo no Escritório de Prática Profissional da empresa Kroll.
A nova regulamentação da FCA representa um avanço significativo na proteção dos investidores, especialmente os investidores de varejo que podem não ter a expertise necessária para verificar a veracidade de afirmações feitas por gestores de investimentos. Enquanto os gerentes de ativos e consultores de fundos já têm a obrigação de se comunicar de forma transparente e justa com os clientes sob as regras gerais da FCA, o aumento da demanda por investimentos ESG e sustentáveis também trouxe consigo um aumento do risco de greenwashing. Isso pode representar um problema sério para os investidores, que podem estar colocando seu dinheiro em produtos que não atendem aos seus objetivos pretendidos.
A regra de combate à lavagem de dinheiro da FCA visa proteger os investidores de produtos financeiros ESG, exigindo que um produto rotulado como “sustentável” tenha pelo menos 70% de seus ativos alinhados com sua meta de sustentabilidade declarada. Regras semelhantes implementadas recentemente pela AEVMM na UE e pela SEC nos EUA estabelecem um limiar ainda mais alto de 80%, com o mesmo objetivo de evitar a promoção enganosa de investimentos sustentáveis ou ESG.
A FCA incluiu exemplos para ajudar as entidades reguladas a comunicar de maneira clara e não enganosa com os clientes sobre a sustentabilidade. A transição para uma economia global mais sustentável exigirá grandes investimentos na energia verde. Se a confiança dos investidores em produtos destinados a financiar essa transição for abalada, a alocação de capital nesses produtos será afetada, o que poderá ter impactos negativos no planeta e em sua população. Portanto, essa decisão é um avanço positivo na direção correta.
Angela Hultberg, Directora de Sustentabilidad Global en Kearney, mencionó que…
À medida que os consumidores aumentam sua consciência ambiental, as empresas estão cada vez mais tentadas a fazer declarações falsas sobre suas credenciais de ESG e a usar retórica exagerada para destacar seu verdadeiro impacto. Enquanto isso, outras empresas são acusadas de lançar iniciativas de sustentabilidade ou produtos específicos para desviar a atenção de práticas menos ambientalmente responsáveis. A regulamentação prevista para hoje deverá contribuir para mitigar essas questões generalizadas.
O público está se tornando mais capaz de identificar reivindicações enganosas, como demonstrado pelo aumento das ações da sociedade civil nesse sentido. Com a legislação atual e as diretrizes sobre relatórios e diligência de sustentabilidade corporativa, espera-se alcançar maior transparência nas práticas sustentáveis no futuro.
Há muito tempo, as empresas têm avançado além de apenas aparentar serem ecologicamente corretas em relação aos seus produtos e serviços, passando a desenvolver soluções sustentáveis de fato. A mudança climática é uma questão urgente que demanda ação imediata, e à medida que os consumidores se tornam mais conscientes do meio ambiente, a transparência se torna crucial. De acordo com essa nova abordagem, as empresas precisarão rotular seus produtos com base em evidências, explicando de forma clara aos consumidores como seu dinheiro está sendo empregado. Isso contribuirá para a construção de maior confiança com os consumidores, permitindo que façam escolhas mais informadas e tenham um impacto verdadeiramente positivo em nosso planeta.
Corretores Comentário: Opiniões recentes.
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