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Quais são os argumentos que a China está usando na disputa comercial com a União Europeia?

Na competição comercial atual entre a China e a União Europeia (UE), especialistas do Citi observaram em um comunicado recente que a China está se planejando estrategicamente para possíveis retaliações, adotando uma postura cautelosa.

Depois de a União Europeia impor tarifas provisórias sobre veículos elétricos chineses em 4 de julho de 2024, a China reagiu com prudência, destacando a importância da negociação, mas também indicando disposição para retaliar, se necessário, de acordo com uma recente nota do Citi.

O banco informou que as ações retaliatórias iniciais da China envolvem investigações específicas sobre as importações de conhaque e carne suína da União Europeia. O Ministério do Comércio (MofCom) anunciou uma investigação anti-dumping sobre as importações de brandy da UE, com atenção especial para a França, que corresponde a 99,3% das importações de brandy da China.

No entanto, o Citi afirma que possíveis tarifas sobre brandy não devem ter um grande efeito no mercado de bebidas alcoólicas da China, que recentemente voltou a importar da Austrália após suspender as tarifas aplicadas no ano passado.

Da mesma maneira, eles afirmam que atualmente está em andamento uma investigação anti-dumping em relação às importações de carne suína provenientes da União Europeia. A China, que é o maior consumidor de carne suína globalmente, importou US$ 6,9 bilhões em carne suína no ano de 2023, sendo que 47,9% desse valor veio da UE.

A pesquisa é voltada para grandes fornecedores europeus, como Espanha, Países Baixos, Dinamarca e França. Mesmo com boa oferta interna e preços de consumo em queda, a imposição de tarifas sobre carne de porco poderia fortalecer a posição da China nas negociações, de acordo com o Citi.

Além disso, foi informado pelo banco que a China deu início a uma extensa investigação acerca das práticas comerciais e obstáculos da União Europeia, impactando itens como trens, painéis solares, turbinas eólicas e dispositivos de segurança.

Essa sonda, cuja duração pode chegar até meados de abril de 2025, representa a reação da China às investigações anteriores da União Europeia sobre os subsídios chineses e a entrada no mercado.

Além disso, o banco sugere que a postura estratégica da China mostra que prefere resolver conflitos por meio de negociações em vez de aumentar as tensões. Por ser uma economia com excedentes importantes, a China busca evitar a separação dos mercados globais e das cadeias de suprimentos.

Segundo o Citi, é provável que Pequim esteja disposta a fazer compromissos razoáveis durante as negociações comerciais com a UE, agindo de forma equilibrada em suas respostas até que os conflitos possam se agravar.

Em resumo, a Citi acredita que a China tem várias maneiras de retaliar na disputa comercial com a UE, indo desde investigações específicas até medidas mais abrangentes de barreiras comerciais. No entanto, a empresa destaca que o objetivo principal do país é negociar e resolver as disputas de forma amigável, enquanto se prepara para diferentes cenários.