Conforme avançamos para a segunda metade de 2024, as previsões dos especialistas para o XAU/USD tornaram-se cada vez mais positivas, com muitos acreditando que os valores do ouro podem atingir níveis sem precedentes até meados de 2025, impulsionados por diversos elementos, como compras de bancos centrais, interesse de investidores e situação macroeconómica.
Ideias de analistas do Citi, TD Securities e Bank of America indicam que os principais fatores que estão impulsionando uma visão otimista em relação aos preços do ouro incluem a alta demanda por ouro físico, as ações dos bancos centrais e as tendências de investimento recentes.
Intensa exigência física
Os especialistas do Citi notaram recentemente uma leve redução na procura por ouro físico no segundo trimestre de 2024 em relação ao primeiro trimestre. A instituição financeira e de investimento ressaltou que essa diminuição ocorreu a partir de uma base bastante sólida.
Além disso, destacou que a demanda contínua por ouro está crescendo, o que pode levar os preços a atingirem uma média recorde de US $ 2.400-$ 2.600 por onça na segunda metade do ano, à medida que os investidores financeiros buscam acompanhar o mercado físico.
Outra tendência importante que terá impacto no XAU/USD é a redução das importações de ouro não monetário na China, que diminuíram de 189 toneladas por mês no primeiro trimestre para 137 toneladas por mês no segundo trimestre.
Apesar da redução, a Citi prevê que as importações on-shore de ouro atinjam um recorde de 1.700 toneladas em 2024, representando um aumento anual de 18% e oito vezes mais do que em 2020. Se essa projeção se concretizar, as importações chinesas de ouro de varejo corresponderiam a 47% da produção global de minas de ouro em 2024, em contraste com uma média de 34% entre 2021-2023 e 36% entre 2017-2019.
Adicionalmente, a procura do setor permanece alta, com as aquisições de ouro pelo banco central mantendo-se em torno de 28-30% da produção das minas desde 2022, podendo chegar a 35% em um cenário otimista.
O Citi prevê que o banco central comprará 1.100 toneladas de ouro em 2024, podendo ultrapassar as 1.250 toneladas se as condições otimistas prevalecerem. Espera-se também uma melhora nos fluxos de ETFs de ouro à medida que a Reserva Federal inicia seu ciclo de redução de taxas.
Atividades principais em instituições financeiras.
No mês de junho de 2024, o Banco Popular da China não adquiriu ouro pelo segundo mês seguido, o que resultou em uma queda temporária nos preços do metal precioso. Em contrapartida, o Banco de Reserva da Índia, o Banco Nacional da Polônia e o Banco Nacional Tcheco mantiveram suas compras de ouro, contribuindo para a estabilidade do mercado.
A interrupção nas aquisições do banco central chinês ocorreu após um aumento recorde nos preços do ouro em maio, causado por um período de 18 meses de compras contínuas do PBoC e de outros bancos centrais.
A China possuía cerca de 72,80 milhões de onças de ouro no final de junho de 2024, o mesmo valor de maio, embora o valor de suas reservas de ouro tenha diminuído ligeiramente. As análises indicam que, apesar de o PBoC esperar uma queda nos preços antes de retomar as compras, outros bancos centrais podem continuar comprando, o que mantém um sentimento otimista geral no mercado.
De acordo com a pesquisa do Conselho Mundial do Ouro, 29% dos bancos centrais planejam aumentar suas reservas de ouro nos próximos 12 meses, atingindo o maior nível desde que a pesquisa começou em 2018.
Previsões e cenários futuros para os preços do ouro.
Os especialistas do Bank of America (BofA) anteciparam que os valores do ouro poderiam atingir os $3.000 por onça nos próximos 12 a 18 meses. Contudo, destacaram que as transações atuais no mercado ainda não respaldam esse nível de preço.
Os analistas ressaltaram a importância de um aumento na procura não comercial, pois acreditam que uma redução na taxa da Reserva Federal poderia resultar em grandes entradas em ETFs de ouro com suporte físico e em maior volume de negociações.
As aquisições realizadas pelo banco central são fundamentais para a visão otimista do BofA. Os analistas afirmam que a persistente compra por parte dos bancos centrais, motivada pela intenção de diminuir a presença do dólar nas carteiras cambiais, irá favorecer a valorização do ouro. O reconhecimento do ouro como um ativo de longo prazo, proteção contra a inflação e elemento de diversificação de portfólios sustentam essa tendência.
O modelo da BofA levou em conta diversos elementos, como a produção da mina, a reciclagem de ouro e a procura por joias. De acordo com os analistas, as compras não comerciais têm mantido um preço médio de US $ 2.200 por onça até o momento.
Uma grande elevação na procura por investimentos poderia levar os preços a atingirem os $3.000. A pesquisa conduzida pelo Conselho Mundial do Ouro respalda essa perspectiva, a qual também está em sintonia com os planos dos bancos centrais de ampliar suas reservas de ouro, o que poderia resultar em uma maior valorização dos preços.
Um ano corajoso cheio de oportunidades à frente.
A previsão para o XAU/USD em 2024 parece promissora atualmente, impulsionada pela alta demanda por ouro físico, grandes compras por parte de bancos centrais e possíveis alterações na política monetária.
Apesar de serem inevitáveis as variações de curto prazo, a tendência de longo prazo indica que os preços do ouro devem subir. Analistas de diversas instituições bancárias apontam que fatores cruciais que podem impulsionar os preços do ouro para patamares mais altos são a contínua compra por parte dos bancos centrais, o aumento da procura por investimento e as incertezas macroeconômicas.
A forma como a política monetária, as expectativas de inflação e os riscos geopolíticos se relacionam continuará a influenciar a direção do mercado de ouro. Até o momento, a opinião comum indica que o ouro é considerado um ativo de grande valor em um cenário de incerteza, com chances de obter ganhos expressivos no futuro próximo.
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